CIM Alto Minho apresentou em Caminha principais linhas de atuação da região para o próximo período de programação
“Alto Minho 2030 - Desafios, Oportunidades e Perspetivas” foi o tema da conferência que decorreu no dia 25 de outubro, em Caminha, onde a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho (CIM Alto Minho) apresentou as principais linhas de atuação da região para o horizonte 2030, tendo em conta o contexto da preparação do próximo período de programação dos fundos estruturais da União Europeia.
“Temos uma Estratégia robusta, amplamente discutida e sólida”, defendeu o presidente da CIM Alto Minho, Manoel Batista, na sessão de abertura. Para Manoel Batista, com esta Estratégia e os Planos de Ação que estão a ser ultimados, “o território estará melhor preparado para enfrentar os enormes desafios do futuro e aproveitar adequadamente as oportunidades do novo período de programação ao nível regional, nacional e temático, mas também para o reforço da captação de financiamento dos programas de cooperação europeia e financiamento direto da própria Comissão Europeia”.
As apostas da CIM Alto Minho passam, de acordo com Manoel Batista, por quatro temáticas fundamentais. A primeira refere-se à “economia competitiva e endógena”, na qual procurar-se-á tornar o Alto Minho competitivo, global e com potencial transformador em torno de sectores como o agroalimentar, a economia azul, incluindo as energias oceânicas, e a produção industrial no cluster da mobilidade (em particular no setor automóvel). A segunda abrange a inclusão social, a educação e a saúde, em que a estratégia passa por um Alto Minho mais inclusivo, saudável, proporcionando qualidade de vida para todos num conceito de saúde integrativa. Manoel Batista destacou, a propósito, o trabalho desenvolvido pelos municípios do Alto Minho, em articulação com a ULSAM e outros organismos regionais e nacionais ligados à Saúde, no sentido de, após a elaboração de projetos de requalificação dos cuidados primários de saúde do Alto Minho, no âmbito do PRR (componente 1 - saúde), encontrar e alocar os fundos necessários, na ordem dos 15,9 milhões de euros, tendo sido assegurados, numa primeira fase, apenas 3,3 milhões de euros.
A terceira área temática passa pela natureza e transições climática e energética, na qual, segundo Manoel Batista, “importa garantir a sustentabilidade dos ecossistemas, mitigando e adaptando-se de forma justa às transições climática e energética”. Em quarto lugar, destacou “o reforço da dimensão cultural do Alto Minho trabalhando de forma articulada para capitalizar iniciativas que reconheçam esta sub-região como um espaço culturalmente vivo e atrativo”.
O presidente da CIM Alto Minho aludiu ainda à importância do território “estar na linha da frente” ao nível do desenvolvimento de áreas de acolhimento empresarial, do empreendedorismo e dos centros/parques tecnológicos e da sua ligação ao ensino superior (com destaque para o IPVC) e aos centros de conhecimento (CITIN, DataCOLAB, NUTRIR, entre outros), ressaltando, para o efeito, a necessidade de infraestruturas que reforcem a conectividade territorial no seio da eurorregião. “Falamos de infraestruturas rodoviárias que completem as ligações transfronteiriças a Pontevedra e a Ourense, mas falamos também das infraestruturas digitais e energéticas que nos liguem à Europa e ao Mundo”, sublinhou.
A conferência, que decorreu no Teatro Valadares, em Caminha, contou também com as intervenções do presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-n), António Cunha; do presidente da Câmara Municipal de Caminha, Rui Lages; de especialistas envolvidos no processo de planeamento da “Estratégia Alto Minho 2030” e de personalidades com raízes ou ligações ao Alto Minho, em áreas de atuação como a aeroespacial, medicina molecular e marketing. A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, encerrou os trabalhos.